Está tramitando no senado/câmara
um projeto de lei que que restringe a contratação de institutos de pesquisa por
órgãos de imprensa retira o direito do eleitor de ter informação sobre a
disputa eleitoral. Pela proposta, a imprensa fica proibida de contratar
institutos de pesquisa que tenham trabalhado para partidos políticos,
candidatos ou órgãos públicos no período de um ano antes das eleições. Veja a
reportagem da Folha sobre o assunto aqui.
Acho que essa
"potencial" lei não ajuda a resolver o problema. Pelo que vi nas eleições
de 2014, poucos institutos registram quem "de fato" financiou a pesquisa.
Além disso, uma pesquisa não precisa ser contratada por órgãos de imprensa para
poder ser divulgada na mídia. Ou seja, essa lei não ajudará a melhorar a
qualidade das pesquisas, e punirá institutos que tentam respeitar a lei.
Sobre a questão da qualidade das
pesquisas, é difícil dizer como deve ser feito aqui no Brasil. Nos EUA não
existe necessidade de registrar a pesquisa com algum orgão oficial. O mercado
parece se auto-regular. Existem sites agregadores de pesquisa, como o 538, que
têm rankings das empresas, e aquelas que têm um histórico muito ruim são
banidas do site (veja aqui).
Existem programas como o “Transparency
Initiative”, e empresas que se filiam ao programa comprometem-se a (em inglês):
“Organizations pledge to abide by AAPOR’s disclosure standards, train
their employees by viewing our short, simple educational modules, and document
the required understanding for proper disclosure of the surveys they conduct.”
Essas empresas têm o nome
divulgado na rede da AAPOR, e é de interesse dos próprios funcionários
pressionarem para que sua empresa faça parte da iniciativa (veja
aqui).
Também discute-se muito a
metodologia em si, que está sempre evoluindo, acompanhando as novas tecnologias
– telefônicas, cadastro duplo fixo+celular, online. No Brasil, fazemos
pesquisas essencialmente da mesma forma a 35 anos.
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