Não faz nem uma semana que lançamos o PollingData e já faremos uma
alteração significativa no conteúdo do site. Nesses poucos dias ficou evidente
que incluirmos as probabilidades de vitória dos candidatos em dois cenários diferentes
(‘atual’ e ‘no dia da eleição’) acabou gerando muitas dúvidas nos nossos visitantes.
Tentamos explicar as diferenças em alguns
posts, mas a dúvida continua lá. Pra acabar com a confusão de vez, vamos seguir
o princípio de Ockham: viva a parcimônia! Com o objetivo de simplificar o site
e a interpretação das probabilidades, a partir de hoje iremos manter apenas um único
cenário.
Também não iremos mais levar em conta os
resultados de eleições passadas nos cálculos das probabilidades de ocorrência
dos eventos. Porquê? Dois motivos principais:
- Novamente, para simplificar a interpretação das probabilidades.
- Porque acreditamos que, para essa eleição específica, as eleições passadas não são muito informativas.
O segundo ponto merece uma explicação mais
detalhada. Como a história da democracia no Brasil é relativamente nova, não
tivemos muitas eleições. Por esse motivo, para construir um modelo baseado em
eleições passadas, tivemos que recorrer a eleições de outros países. Por um
lado aumentamos bastante a base de eleições, tornando o modelo resultante mais
robusto. Por outro lado, reduzimos muito as opções de variáveis que podem ser
usadas, pois cada país utiliza diferentes indicadores.
O ponto é: utilizamos a aprovação do candidato
do governo no modelo, porém a variável que realmente importa é o “desejo de
mudança” da população. Essas variáveis são altamente correlacionadas, “caminham
juntas” no geral. Porém nesse ano, no Brasil, não é o que estamos vendo. A
aprovação da Dilma tem se mantido razoavelmente estável , porém o desejo de
mudança tem aumentado. Ou seja, ao utilizar aprovação acreditamos que estamos
super-estimando a probabilidade de vitória da Dilma. Citando George Box (um estátistico bem famoso): “todos os modelos estão errados, porém alguns são úteis”. O
modelo que estávamos utilizando já se mostrou útil em diversas eleições mundo
afora (Nigéria, Venezuela, Estados Unidos, França e Brasil pra citar alguns
países) , porém não acreditamos que seja tão confiável para a eleição
presidencial brasileira de 2014.
Além disso, claramente essa eleição é atípica,
principalmente por causa da morte do candidato Eduardo Campos. Nesse ciclo
eleitoral, consideramos que seja melhor utilizar apenas as pesquisas divulgadas
na mídia para calcular as chances de vitória de cada candidato.
Não pode deixar o segundo modelo disponível em algum outro lugar?
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